The Short Guide to September 11
Ao longo dos treze anos passados após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, a produção internacional desdobrou-se em obras cinematográficas, as quais documentaram, assinalaram ou reflectiram sobre os acontecimentos daquele dia.
Para comprovar essa multitude de registos, esta publicação, The Short Guide to September 11, exibe dez curtas-metragens subordinadas à carga histórica do 11 de Setembro, numa escolha que incidiu, sobretudo, na força das suas imagéticas, na plena capacidade de suscitarem debate e introspecção no espectador e no antever da resistência à temporalidade das mensagens, motivações e estímulos aqui invocados.
Para comprovar essa multitude de registos, esta publicação, The Short Guide to September 11, exibe dez curtas-metragens subordinadas à carga histórica do 11 de Setembro, numa escolha que incidiu, sobretudo, na força das suas imagéticas, na plena capacidade de suscitarem debate e introspecção no espectador e no antever da resistência à temporalidade das mensagens, motivações e estímulos aqui invocados.
- CARGO (2005), de Jeroen Kooijmans
- SOLACE IN THE DARK (2011), de Lucius Dechausay
- 11'09''01 - 11 PERSPECTIVAS: Segmento "México" (2002), de Alejandro González Iñárritu
- 11'09''01 - 11 PERSPECTIVAS: Segmento "EUA" (2002), de Sean Penn
- 11'09''01 - 11 PERSPECTIVAS: Segmento "Reino Unido" (2002), de Ken Loach
- 11'09''01 - 11 PERSPECTIVAS: Segmento "França" (2002), de Claude Lelouch
- SOLDIERS PAY (2004), de Tricia Regan, David O. Russell e Juan Carlos Zaldívar
- UNTITLED (2002), de Ira Sachs
- SOUNDS FROM A TOWN I LOVE (2001), de Woody Allen
- JUST LIKE THE MOVIES (2011), de Michal Kosakowski
A vida continua, mas as memórias permanecem inabaláveis. Fragmento do documentário NEW YORK IS EATING ME & THE CACTUS DANCE, onde o realizador enuncia a sua experiência pessoal durante o 11 de Setembro de 2001.
O entusiasmado ambiente da edição de 2001 do Festival Internacional de Cinema de Toronto conheceu abrupta intermissão quando os acontecimentos do 11 de Setembro se tornaram conhecidos. Em 2011, Lucius Dechausay reuniu as memórias de alguns dos intervenientes no certame daquele ano. Ou como o Cinema foi o melhor conselheiro durante dias de consternação.
Pouco a pouco, a percepção de sons distorcidos e imagens com duração subliminar ganham forma. Gritos e pranto, a ansiedade no relato dos pivôs de telejornais, vozes desesperadas ao telefone. E, por fim, a compreensão de que as imagens exibem pessoas em queda livre. Alejandro González Iñárritu é o obreiro de um perturbador e inesquecível segmento de cinema experimental.
Sean Penn (um norte-americano, imagine-se!) assina uma visão sobre o 11 de Setembro totalmente ambígua. Mas mesmo que a curta possa encerrar um determinado sentimento anti-patriota, não há como evitar o nó na garganta com o surpreendente desfecho testemunhado pelo veterano Ernest Borgnine.
O golpe de estado que, em 1973, derrubou Salvador Allende e instaurou uma ditadura militar no Chile — ou o "outro 11 de Setembro" — é recordado pela carta, sincera e incondicional, de um refugiado chileno aos sobreviventes dos atentados de 2001. E a referência do apoio norte-americano ao governo de Pinochet é elemento polémico de um filme que, em nenhum momento, minoriza e/ou sobrepõe as duas tragédias.
Há outras sensações para além da impactante imagética do 11 de Setembro. Lelouch atesta-o perfeitamente, através da busca da protagonista surda-muda em resolver uma crise de identidade e paixão. Enquanto o mundo lá fora se altera radicalmente, as vibrações interiores são capazes de nos fazer abstrair de quase tudo.
Consequência directa do 11 de Setembro, a Guerra do Iraque e a sua face burocraticamente imoral é exposta neste documentário, movido pelos destemidos testemunhos de soldados condecorados que perderam toda a honra, pessoal e profissional, na «Luta Contra o Terrorismo» da Administração Bush.
Simples e tácito mas muito poderoso, Ira Sachs assina um registo documental que, de forma desarmante, resgata do incógnito os rostos de uma tragédia universal.
A colaboração de Woody Allen, para um concerto musical, organizado por Paul McCartney, em tributo da cidade de Nova Iorque, é o nosso único vislumbre da opinião do realizador sobre o 11 de Setembro. Não se torna surpreendente, portanto, que Allen lide com a tragédia focando-se naquilo que conhece melhor: o íntimo, o mundano e o humorístico.
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A partir de cenas extraídas de 52 filmes made in Hollywood, Kosakowski reconstrói os momentos pivotais do 11 de Setembro, numa abismal revelação da linha ténue que distingue a realidade e a ficção na concepção mediática contemporânea.
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