O CERRO DOS ENFORCADOS (1954, Fernando Garcia)
Culpado por duas culpas merece duas mortes.
Produto titubeante de uma era marcada, tal como alguém a apelidou, pela "pauperização do Cinema Português", O CERRO DOS ENFORCADOS desenvolve uma narrativa de ciumenta obsessão passional que evoca um género de ficção fantástica muito português (algures entre o sagrado e o gótico supersticioso), num cenário de ambientes claramente expressionistas que culmina numa conclusão de mórbida justiça poética. Embora o contexto fosse propício a tal, sente-se a ausência de uma maior profundidade temática, existindo ocasionalmente o vislumbre da denúncia à religiosidade fervorosa ou da crítica à figura paternal autoritária defendida pelo regime que financiou o filme. Aprazível mas dificilmente memorável.
Produto titubeante de uma era marcada, tal como alguém a apelidou, pela "pauperização do Cinema Português", O CERRO DOS ENFORCADOS desenvolve uma narrativa de ciumenta obsessão passional que evoca um género de ficção fantástica muito português (algures entre o sagrado e o gótico supersticioso), num cenário de ambientes claramente expressionistas que culmina numa conclusão de mórbida justiça poética. Embora o contexto fosse propício a tal, sente-se a ausência de uma maior profundidade temática, existindo ocasionalmente o vislumbre da denúncia à religiosidade fervorosa ou da crítica à figura paternal autoritária defendida pelo regime que financiou o filme. Aprazível mas dificilmente memorável.
A guilty of two sins deserves two deaths.
A wavering product from an age that, as someone branded it, marked the "impoverishment of the Portuguese Cinema", O CERRO DOS ENFORCADOS presents a narrative of jealously passionate obsession evoking a very specific genre of portuguese fantasy (somewhere between the sacred and the superstitious gothic), in an obvious expressionistic mood which climaxes in a kind of morbid poetic justice conclusion. With a context as convenient as this, the lack of thematic depth is highly noticeable, although there are the occasional glimpses of criticism to religious fervor or of the authoritarian father figure advocated by the regime that funded the movie. Enjoyable but hardly memorable.
A wavering product from an age that, as someone branded it, marked the "impoverishment of the Portuguese Cinema", O CERRO DOS ENFORCADOS presents a narrative of jealously passionate obsession evoking a very specific genre of portuguese fantasy (somewhere between the sacred and the superstitious gothic), in an obvious expressionistic mood which climaxes in a kind of morbid poetic justice conclusion. With a context as convenient as this, the lack of thematic depth is highly noticeable, although there are the occasional glimpses of criticism to religious fervor or of the authoritarian father figure advocated by the regime that funded the movie. Enjoyable but hardly memorable.
- . Ficha Técnica / Credits:
Realização e Argumento / Directed and Written by | Fernando Garcia | ||
Produção / Produced by | Domingos Mascarenhas | ||
Fotografia / Cinematography by | César de Sá | ||
Elenco / Cast | Alves da Costa (D. Afonso de Lara), Helga Liné (D. Leonor de Lara), Artur Semedo (D. Rui de Cardena), José Viana (Bras), José Vitor (Padre Lucio), Carlos Wallenstein (Intendente), Brunilde Júdice (Mécia) | ||
Ano / Year of release | 1954 | ||
País / Country | Portugal |
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