AS MIL E UMA NOITES (2015, Miguel Gomes)
Este país não é para austeros.
Nenhuma crise financeira ou revolta social apresentam somente uma faceta. E, com essa convicção, é no formato adoptado por Miguel Gomes, para esta sua "odisseia" de seis horas, que a trilogia AS MIL E UMA NOITES triunfa por inteiro.
Pelos episódios documentados, recriados ou fantasiados, torna-se óbvio, perante o espectador, o desmedido material de pesquisa à disposição do cineasta. Mas o principal mérito é observar como o real social, o surrealismo depressivo e o onírico se fundem de modo natural, lúdico e perturbador.
Mesmo que Miguel Gomes não evite, a espaços, capitular ao humor de cariz quase pueril (pois queríamos saber mais sobre a sua "fuga à responsabilidade" e menos de "abismos-ismos-ismos"), AS MIL E UMA NOITES é um empreendimento criativo de inegável singularidade.
Realização | Miguel Gomes | ||
Produção | Sandro Aguilar, Thomas Ordonneau, Luís Urbano | ||
Argumento | Telmo Churro, Miguel Gomes, Mariana Ricardo | ||
Fotografia | Sayombhu Mukdeeprom | ||
Elenco | Crista Alfaiate (Xerazade / Condessa Beatriz), Adriano Luz (Luís/Pai do Bom Ladrão), Rogério Samora (Primeiro-Ministro), Carloto Cotta (Tradutor/Careto/Paddleman), Luísa Cruz (Juíza), Joana de Verona (Vânia / Filha da Juíza), Gonçalo Waddington (Filho Idiota / Vasco), João Pedro Bénard (Humberto), Teresa Madruga (Luísa), Chico Chapas (Simão 'Sem Tripas'/Passarinheiro) | ||
Ano | 2015 | ||
País | Alemanha | França | Portugal | Suíça |
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