CARTAS DA GUERRA (2016, Ivo M. Ferreira)
[SESSÕES ESPECIAIS]
No cerne de CARTAS DA GUERRA, reside o fluxo da correspondência entre António Lobo Antunes, alferes médico em Angola (1971-1973), e a sua esposa Maria José, no qual o espectador se embrenha totalmente: somos testemunhas — e cúmplices — de uma torrente epistolar romântica, de saudade e desânimo derivado de um conflito interminável e nebuloso.
Paralelamente, Ivo Ferreira traça aquele que já pode ser considerado como um dos títulos fundamentais, na escassa cinematografia portuguesa dedicada ao tema, sobre a Guerra Colonial. A atmosfera hipnótica, um trabalho de fotografia poético e colossal, e o rosto desencantado de Miguel Nunes invocam um período da História de Portugal onde o Império já não detinha qualquer "feitiço" nacionalista; apenas exaustão física, empobrecimento moral, ruína humana.
Tem sido daqueles filmes que gosto cada vez mais desde que saí da sala. Excelente crítica.
ResponderEliminarCumprimentos cinéfilos :*